20.11.01

Dia de Gibi Novo: American Flagg e Alan Moore's Songbook

Além de escrever quadrinhos, Alan Moore faz outras coisas. Ele é um mago, poeta e artista performático, tendo inclusive alguns discos gravados com suas performances (procure no Audiogalaxy). Alan Moore's Songbook traz os poemas/letras ilustrados por diversos artistas de quadrinhos. Entre eles, Neil Gaiman (eu sei que ele é escritor, mas de vez em quando ele ataca de desenhista), Arthur Adams, Terry Moore e Dave Gibons. Até o momento, só li The Hair of the Snake that Bit me e Trampling TokYo. Gostei muito das duas. Devo mandar as letras que mais gostar para cá algum dia essa semana.

Há muitos anos atrás (final de 90, quando tinha 12 anos), eu achei um gibi no lixo indo para a aula de inglês. Como ele estava até que limpo, levei o negócio para casa. Li e não gostei muito. Além da história parecer já ter começado mesmo sendo o número 1, as coisas eram meio confusas. Mesmo assim, comprei o segundo número. A mesma coisa. Pessoas fazendo sexo a torto e a direito, bebendo e uma história besta onde um policial (que era ex-ator de filmes pornôs) levava um time de basquete para uma turnê pela América do Sul.

Eu detestei tanto a história que recortei os desenhos - que eram legais - para colar em coisas. Que moleque burro eu era.

Há uns três anos, resolvi dar uma nova chance à American Flagg!. Claro que tive que comprar de novo. Comprei a encadernação que apresentava os personagens e os números que achei. Resumindo: muito do caralho.

American Flagg! é a melhor coisa que a Howard Chaykin já fez. Uma história cyberpunk sem as redes de computadores, ela era uma extrapolação do início dos anos 80, época em que foi escrita. Por incrível que pareça, não ficou nada datado. As coisas se desenvolvem num futuro onde quase todos os países se despedaçaram. Os EUA são um punhado de cidades-estado/shoppings administrados por uma corporação com base em Marte. A Rússia, a Inglaterra, Cuba e o Brasil também foram pro pau. Com isso, surgiram dezenas de grupos radicais e picaretas querendo dominar a situação.

O protagonista é o tal ex-ator pornô, um judeu (isso é importante, ele Chaykin faz questão de lembrar o leitor disso em todas as edições) chamdo Reuben Flagg. Depois que ele foi substituído por imagens de síntese, resolveu colacar em uso seu treinamento e acabou se tornando o Plexus Ranger responsável por Chicago.

Hoje, chegou a encomenda com os três números que eu não tinha. Infelizmente, a história não termina neles - só a tradução brasileira.

Eu recomendo a história, principalemente para quem gosta de ficção científica realista ou quadrinhos cinematográficos. Infelizmente ela não está disponível nem em encadernações americanas, por causa da falência da editora.

Mas, como o cara só vendia o pacote completo, estou cheio de duplicatas. E estou dando para a primeira pessoa que me escrever um e-mail pedindo, dizendo por que quer e o que gosta de ler.

Eu não sou um doce? (RSF)